domingo, 18 de maio de 2014

E FOI PELOS ARES





    Não poderia ser diferente. Ou poderia? O fato é que amanheci com essa ideia na cabeça: promover uma confraternização na abertura do microprojeto GOL, GOL, BRASIL! que serviria de ponta-pé inicial do projeto maior, EU AMO MINHA ESCOLA, de iniciativa do professor de Geografia, com fins de integração aluno-escola. Pois bem. Comecei a manhã de sexta-feira como de costume, ensinando, em Língua Portuguesa, predicado nominal, fazendo os alunos conhecerem os verbos de ligação principais e exemplificando com frases criadas na hora, corrigindo-lhes os erros, fazendo-os saber o que é nome, verbo e principalmente a diferença entre sujeito e predicado, pois alguns ainda não dominavam totalmente o assunto. 
    Transcorridos uns 30 minutos, dei por encerrada minha aula de Português e, já tendo avisado a turma que teríamos uma atividade solene, com a presença da Direção e Coordenação da escola, fia os alunos abrirem espaço no auditório para que pudéssemos ali realzar a atividade, que incluiria apresentação de vídeo com música e canto. Pedi a uma colega que auxiliava a secretária da escola que f icasse ali na minha sala de aula uns segundinhos tomando conta dos alunos, para evitar que estes fizessem muita bagunça na sala, pois alunos sozinhos em sala de aula só dá coisa que não presta, enquanto eu chamasse duas turmas para presenciar e prestigiar a abertura do projeto, que afinal incluía outras turmas, inclusive essas duas em especial, ambas de 1º ano do Ensino Médio. 
    Logo em seguida, voltei para aguardar em sala, com meus alunos e quase ao mesmo tempo em que cheguei, uma das turma de 1º ano também adentrou o auditório. A minha turma que já se encontrava ali, tratou de se posicionar mais próxima de mim, justamente para dar espaço para a primeira turma convidada que chegava. Nesse ínterim, comecei falando do projeto que se iniciaria naquele momento, com a presença das  duas turmas que estariam ali, e que esse projeto, GOL, GOL, BRASIL tinha o objetivo de integrar e promover a união entre os alunos e a escola, num clima de paz. De repente, ouviu-se um estouro na ssala de aula e ao levantar os olhos para o fundo da sala, ainda tive tempo de ver a pequena nuvem de fumaça junto a alguns alunos que estavam sentados.Imediatamente houve uma leve gritaria por causa do susto que a explosão de um cabeção de nego que um aluno sem consciência teve a coragem de soltar naquele lugar. Sem pensar duas vezes, suspendi imediatamente a atividade e chamei a direção da escola, que entrou e se dirigiu a todos os alunos dizendo: --O que aconteceu aqui? Foi isso mesmo que eu ouvi? Uma explosão de cabeção de nego? Pois que ninguém me saia deste auditório até que possamos averiguar quem foi o alunos que fez isso. Será que esse aluno não imagina que alguém poderia sair gravemente ferido daqui? A essa altura, já não me passava mais pela cabeça fazer nenhuma abertura de projeto. todo o meu esforço para aquele dia tinha ido pelos ares com a a bomba. Já faz algum tempo que esse tipo de sabotagem está acontecendo na escola. E isso tem ficado cada vez mais audacioso. Me resta agora partir pra outra turma e recomeçar meus planos. Desta vez, pisando em campo minado.